segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Caminhando na Calçada

Caminhando na Calçada
(Desafogo)

     Caminhei sobre o meio fio de braços abertos e despreocupado. Voando tão longe quando podia meu pensamento, com asas de cera direto ao sol. Tropecei, caí e me feri, sem perceber que trilhava o caminho errado.
Por um instante sorri sem motivo. Corri os olhos a cada canto e ali permaneci sem entender onde desejava chegar. Eram tantas esquinas e várias curvas.
     Comecei a caminhar estremecido com um desentendimento esquecido, um vazio incompreendido. Correndo os dedos sobre as grades das casas, sem pisar nas linhas, trincas ou buracos do chão, como se fosse errado. Perambulando sozinho, inquieto e sem rumo.
Observando as sombras se moverem pela calçada junto aos sons cotidianos que ecoavam numa estranha ressonância em minha cabeça e me atraiam sem um porquê.
     Vagava buscando o sentido que levamos toda vida para tentando entender. Caminhando pela cidade sem percepção comum, apenas observando. Vi as massas se moverem ao seu deprecio. Em um banco de praça fui sentando, e ali por um tempo me instalei em silencio.
Sem julgar, sem sede de verdade ou de qualquer razão, cheguei a sentir que todas aquelas pessoas são tão vazias e solitárias quanto de fato pareciam ser.
     Uma pilha de pensamentos me afogavam e sem rir da desgraça que também me pertencia me recolhi a meu mísero de átomo de existência passageira. Sem animo, caia minha vontade de coexistir, minha vida seguia, sem esperança e nem desejo de viver.

Por: Wesley da Silva Emiliano

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