segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Os significados e os motivos do suicídio

Vale a pena conferir esse artigo




RESUMO: 

     Trata-se de um estudo qualitativo, que teve como objetivo identificar os significados e os motivos que levam ao suicídio, na perspectiva de moradores da cidade de Bragança Paulista, SP. Foram entrevistadas 30 pessoas de ambos os sexos, divididos em três sub-amostras: sujeitos com alguma atividade profissional ligada ao fenômeno do suicídio; integrantes do senso comum e pessoas que passaram pela tentativa do suicídio. A coleta de dados foi realizada mediante entrevista semi-estruturada, gravada e transcrita literalmente.
     As diretrizes metodológicas do Discurso do Sujeito Coletivo foram utilizadas para a seleção das idéias centrais e das expressões-chave correspondentes, a partir das quais foram extraídos os discursos dos sujeitos. Em relação aos significados de suicídio, identificaram-se das pessoas com alguma formação profissional, as seguintes representações sociais: “Sofrimento” e “Desespero”, entre outras; dos participantes do senso comum: “Fuga” e “Desespero”, entre outras e daqueles que passaram pela tentativa: “Sofrimento”, “Fuga” e “Desespero”, entre outras. Quanto aos motivos do suicídio, segundo os profissionais, destacaram-se os seguintes: “Patologias” e “Cultura suicida”, entre outras; de acordo com os respondentes do senso comum: “Aspectos Socioculturais” e “Patologias”, entre outras e pelos que passaram pela tentativa de suicídio: “Aspectos Socioculturais” e “Desespero”, entre outras.
      Ao comparar os significados e os motivos do suicídio entre os três grupos estudados, percebeu-se que eles são muito diversificados. Concluiu-se que os significados e os motivos do suicídio abrangem aspectos multidimensionais.

Psicologia de Um Vencido, Augusto dos Anjos

PSICOLOGIA DE UM VENCIDO

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Produndissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!


Por: Augusto dos Anjos

Veneta

Veneta

No meu momento mais obscuro
erguido de grande barreira
pérfido muro
desolado da mentira no degredo
doente de dor, vergonha,
como animal em abate urro

Me livro de tudo, do desespero
observando as brumas velhas de antigo medo
bate frágil bravo coração taciturno
em perene agonia me curvo
ao abismo que me come por inteiro

Sem voz, me calo
morto, mudo, escorraçado
em fúria, dor, em meu mortuário
de olhos abertos ouço os berros que ecoam
desse confim em mim selado

Sem voz canto enlouquecido
no enfermo podre exercito
um desejo de partir acumulado

Impulsiva se faz a morte e a domino endiabrado
na esperança de saber a hora certa
no momento que ela se fazer desperta
e num golpe me levar ao outro estado

Desejo mútuo, forte batente
corrói como esperança dolente
a carcaça humilhada, vazia
de um moribundo resistente.

Por: Wesley da Silva Emiliano




☠ Último Gesto ☠

Último Gesto

A última opção
que poderia tirar num clarão
todas as maculas adquiridas.
Um último gesto,
que simboliza expresso
uma não conformidade vivida.
Seria talvez a melhor das escolhas
para findar de todas as coisas
a própria agonia.
Cai as vezes um vulgar pensamento
acreditar por momento
de poder ser feliz a vida
poder valer apena
bem mais que pequenina existência,
bem mais que uma passageira vinda.
Há aqueles que julgam o suicida
e invejados envelhecem.
Acovardados se estremecem
sem nunca terem questionado
ou de alguma forma,
desafiado a vida.

Por: Wesley da Silva Emiliano


Confissão


     Desde quando entendi que a vida não tem sentido aumentei inconsciente a grave batalha de meu interior. Isso vem me custando mais do que tenho para oferecer. Me tornei deficiente, debilitado, na dificuldade de conviver e expressar meus sentimentos em meio a sociedade.As vezes desacreditado, tento entender se todo tormento que vivo vem de mim mesmo. Na verdade sei que isso é o que sou.
     Tento disfarçar o vazio feito o reflexo de minha sombra lutando no escuro. A vontade de encarar a morte se torna um calmante réquiem. O acalanto frio de toda dolência derrama seu tormento moribundo sobre mim.
     Já um tempo aceitei o desejo mórbido pelo suicídio e assim vou perdendo aos poucos o medo das visões que me incomodam na noite. Estou mais preparado para aceitar a morte e decidi não prolongar minha ida, adiada por muito tempo. O que me falta é achar o meio descente de partir antes do desespero. (á procura de cianeto)
    

“A ideia do suicídio é um potente meio de conforto: Com ela superamos muitas noites más.” Nietzsche

Meus Rascunhos Esquecidos II


Naquela pessoa boa e caridosa vejo apenas um egoísta solitário.
Alguém que se esconde de seus temores nas sombras de outros
e nada a mais se diferencia de um cego num poço fundo escurecido e sem saída.
Servido na vaidade de sua humildade se debilita sem sua própria animalidade.


☠                 

Amizade é se esconder intimamente em um sofrimento semelhante.

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Em alguns momentos, lembro de um amigo de minha adolescência citando suas ideias embriagado:
“A vida é triste, alegrias são só momentos.”
É uma frase que me abre um portal para um mundo de questões e pensamentos.

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Por mais que eu seja péssimo em matemática acredito compreender sentindo na pele 
a “teoria da relatividade”. Meus pensamentos voam como a luz.

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A dor que queima a cabeça por dentro, desnorteia e faz o peito estremecer.

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A ideação Suicida é remédio paras as noites o suicídio é solução definitiva para a dor.

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Por: Wesley da Silva Emiliano

Aliviado de Verdade

Aliviado de Verdade

Se por ventura uma brisa me bater
e ver-me livre de toda amargura
abdicarei em contento
do frio vazio que me sento
pelo frio vazio da sepultura.
Sinto uma tristeza
ao saber que no último suspiro
poderei não estar com um sorriso no rosto.
Apenas em minha morte
saberão se realmente despojei de tal gozo.
Talvez seja essa minha felicidade
não morrer feliz mas...
encarar meu fim aliviado de verdade.

 Por: Wesley da Silva Emiliano



Voando Para Longe

Voando Para Longe

Voa alegre e triste, voa
sem despeito, medo ou sensatez
voa medonho e triste, voa
abandonando, abandonado por vez
voa e docemente atordoa
a dor que grita, entoa
voa turvo, fatigado
que da vida desgastado
se respira o ar caçoa
voa turvo
voa sem asas
voa sangrento sobre as casas
leve teu cadáver pra bem além que se fora
voa
escancarado deixe que se faça desgastado
caia sem esmero
livre e longe de tudo que mais quero
e que mais magoa

voa

Por: Wesley da Silva Emiliano

Noturnas Companhias

 Noturnas Companhias

Insatisfeitas, não vão me deixar dormir
Sombras que insistem incomodar
Assolam essa amarga solidão
Velam-me no confim deste quarto
Tiram oxigênio de meu ar
Todas aquelas imagens desfiguradas
rodeiam moribundas, solitárias
Agora, mais próximas parecem estar
As vezes com medo
fecho os olhos e não me entrego
Deixo de lado meu ego
me estimulo a não pensar

Minha cabeça lateja doendo
de forte pressão nela sofrendo
me agonizo, sem pestanejar
Perdulário de nefasto desespero
carrego suas marcas em segredo
as vezes implorando para apenas acabar
Atordoa uma insônia infindável
Me observam no leito da cama
como se algo deseja-se perscrutar
Lhes encaro, tenho desprezo
fracasso por mais que tento
dessa injuria ardente me livrar

Não mais assusta, porem enlouquece
Companhias antigas que de mim não esquecem
talvez odeiam com medo de amar
Sempre retornam furiosas e sedentas
nem um mísero momento se contentam
até me verem por completo acabar

Por: Wesley da Silva Emiliano





*Isso me lembra de quando comecei a ver figuras nas sombras durante a noite.

      Devia ter doze anos. Morávamos eu, minha mãe, irmão e irmã mais novos em uma casinha velha, bem rústica estilo colonial, três cômodos com o banheiro. O quintal era imenso e haviam limoeiros, algumas plantações de minha mãe, bananeiras lá ao fundo.
     Um dia minha mãe saiu a uma festa de aniversário avisando que voltaria tarde, eu preferi ficar na rua brincando com amigos (era aquela época em que se via a criançada brincando na rua, jogando bola, queimada, corta três, polícia e ladrão, e tudo mais). Quando todas as crianças foram para suas casas, tomar banho, jantar e dormir, decidi ir para casa. Já era um pouco tarde e não tinha luz clareando em torno da casa. Tinha que passar por trás da casa para pegar a chave debaixo de um tapete e para entrar pela cozinha nos fundos da casa. Peguei a chave e do meu lado tinha um tanque antigo de lavar roupas de onde saíram dois vultos pretos girando como tornado um sobre o outro como se brigassem, do tamanho de um cachorro e mais rápido que um gato. Eles correram lá para o fundo nas bananeiras fazendo um som que doía no estomago. Fiquei em choque alguns segundos e depois corri para rua em busca de socorro.
Algumas pessoas me acudiram, me levaram em casa, a mãe até já estava lá e dormindo. Tudo pareceu acabar bem tirando a dificuldade que eu devia ter encontrado para dormir.
     A segunda visão em meio a noite foi de um rosto de um metro de altura, feio, deformado e com um sorriso charmoso e ameaçador. Sensação de pânico total e no final fui obrigado a encarar aquilo e dormir exatamente na cama onde eu havia enxergado tal figura. Mais tarde vim a sonhar com essa figura em estatura de adulto e o sonho se repetiu igualmente em todos os detalhes umas três vezes ou mais ao longo dos anos que se passaram. Das últimas vezes me lembro conseguir lutar contra essa figura, apenas a primeira foi mais desgastante.
     Consta nessa história real um fato que vivi e me lembro perfeitamente. Observando por um ponto de vista psicológico levando em consequência a separação de meus pais, eu como o mais velho dos filhos me lembro mais dos eventos que aconteciam poderia provavelmente ter passado por um leve transtorno que ocasionou nessas visões como consequência. Na verdade enquanto escrevo me lembro de alguns momentos que presenciei que poderiam não ter sido bom para uma criança.
     Não que esteja afirmando estas visões serem ilusões. Tudo que posso é ter suposições. Quem sabe não estivesse presenciando alguma materialização do meu subconsciente ou de qualquer outra consciência? Poderia ser até mesmo uma manifestação de uma inteligência inumana, quem sabe?  



Incertezas

Incertezas
Nunca tive certeza de nada!
De nada aprendido e de nada ensinado
de meus medos e dos meus desejos
do presente, do futuro, passado

Da existência ou do desconhecido
de mim, dos outros
ou dos vultos perdidos

Nunca tive certeza
do real, do irreal
do contento e descontento
das alegrias, das tristezas
do certo e do errado

Da vida, da morte
da vontade, do desespero
do limite e da incapacidade
da coragem ou do medo

Sem certezas de todas as coisas que vivi
e todas as coisas que sonhei.
Das verdades, das mentiras.
De tudo que destruí e de tudo que criei.

Nunca estive presente em absoluto domínio do conhecimento
e talvez seja esse meu limite de sabedoria e ignorância.
Do pouco que afirmo, afirmo em desconfiança
de todas as coisas que me seriam cabível entender.

Bem pouco sei de mim mesmo,
sem a certeza do que significa meu ser,
de quem eu sou, ou de que me faz o ser.
Acredito que é essa minha máxima verdade
e temo me engodar sem perceber.

Com um bravo lampejar
abre minha mente um turbilhão de trovoadas.
tão nítidas e insensatas que me levam
ao furor de seus furores
Tenho como certeza a certeza de não saber de nada.

Por: Wesley da Silva Emiliano


“Só sei que nada sei” Sócrates


Indiferenças

Indiferenças
(Meus Pensamentos) 

Vivemos em um tempo que é comum termos nossas indiferenças. Valorizar essas indiferenças significa aumentar nossa deficiência sócio cultural.
Todas as formas de preconceitos devem ser trabalhadas para serem superadas em fim de atuarmos uma filosofia política mais consciente da realidade humana.
Vamos ousar ir além de nosso comodismo mesquinho que nos impede de atuar para concretizarmos o sonho de uma sociedade educada. Para que possamos coexistir de forma menos dolente vamos aceitar nossa animalidade e nos equilibrar.

O ponto de partida para um futuro descente está contido nas pequenas decisões que tomamos hoje.

Caminhando na Calçada

Caminhando na Calçada
(Desafogo)

     Caminhei sobre o meio fio de braços abertos e despreocupado. Voando tão longe quando podia meu pensamento, com asas de cera direto ao sol. Tropecei, caí e me feri, sem perceber que trilhava o caminho errado.
Por um instante sorri sem motivo. Corri os olhos a cada canto e ali permaneci sem entender onde desejava chegar. Eram tantas esquinas e várias curvas.
     Comecei a caminhar estremecido com um desentendimento esquecido, um vazio incompreendido. Correndo os dedos sobre as grades das casas, sem pisar nas linhas, trincas ou buracos do chão, como se fosse errado. Perambulando sozinho, inquieto e sem rumo.
Observando as sombras se moverem pela calçada junto aos sons cotidianos que ecoavam numa estranha ressonância em minha cabeça e me atraiam sem um porquê.
     Vagava buscando o sentido que levamos toda vida para tentando entender. Caminhando pela cidade sem percepção comum, apenas observando. Vi as massas se moverem ao seu deprecio. Em um banco de praça fui sentando, e ali por um tempo me instalei em silencio.
Sem julgar, sem sede de verdade ou de qualquer razão, cheguei a sentir que todas aquelas pessoas são tão vazias e solitárias quanto de fato pareciam ser.
     Uma pilha de pensamentos me afogavam e sem rir da desgraça que também me pertencia me recolhi a meu mísero de átomo de existência passageira. Sem animo, caia minha vontade de coexistir, minha vida seguia, sem esperança e nem desejo de viver.

Por: Wesley da Silva Emiliano

O Abismo, o Homem e a Morte

O Abismo, o Homem e a Morte

Existiu uma vez,
um abismo profundo em um homem
que refletia toda sua agonia.
Abismo tão profundo que um dia
o atraiu a imensidão de suas sombras.

O homem caiu sem forças
e nele pairou como meteoro decadente.
Isolado, perdido, doente
criou lá um mundo e viveu sozinho.

Ele não morreu de velhice
conheceu a morte cedo.
Dizia ser sua única amiga,
com ela vivia em segredo.
Mas a cruel senhoria
dele sugava todo dia
de pouco a pouco sua vida.
Dentro de seu abismo
morreu o homem em degredo.

Por: Wesley da Silva Emiliano

“Cuidado ao enfrentar monstros
Se olhar muito tempo para o abismo
ele também olha de volta para você”

Nietzsche


Velha História

Velha História



A ciência não explica tudo.
Muito menos a religião.
Menos ainda seu deus.
Pois você só enxerga aquilo que deseja ver.
Não acredite em nada que leia
ou nas coisas que houve por ai.
Aprenda suas verdades e as verdades do mundo
depois jogue fora tudo.
Confie desconfiando.
A ilusão e a realidade usam as mesmas máscaras.
_ Como os homens gostam de máscaras! _
São difíceis de compreender até mesmo de definir,
se é que elas existem.
A história se repete todos os dias.
O mundo engole os homens um a um.
Sugando, sufocando, reprimindo.
Assassinando a longo prazo,
sedando e escravizando pessoas
que vão perdendo sua vontade própria,
sua vida, sua identidade.

Por: Wesley Da Silva Emiliano