domingo, 10 de janeiro de 2016

O Suicídio de Ricardo Lopez


Ricardo López 

14 de Janeiro de 1975
a 1912 setembro de 1996


     Ao contrário da mídia que reprimiu, julgou e riu desse cara, eu trato ele aqui com todo respeito e dignidade que ele merece como uma pessoa com dificuldades, um humano. Existem muitos suicidas entre nós assim como várias outras patologias escondidas em pessoas que as vezes vivem ao nosso lado. Não se pode calcular as coisas que o atormentaram ou o tamanho predisposição que ele teria ao "sofrimento". 

     Se isolou de todos e fez as pessoas preocupadas acreditarem que ele estava bem. Por esse ato eu imagino que ele tinha um sentimento de ipotencia, uma vergonha de parecer fraco perto dos outros e bem provável que sentia não saber lhe dar com a sociedade (anti-social). Quando raspou a cabeça e pintou o rosto eu percebi que ele parecia se desfazer dos "conceitos sociais" (que todos temos) e parecia ter chegado em algum extremo de sua consciência. Sempre que ligava a camera tinha uma montanha para desmoronar. Vai saber o quanto de sofrimento esse cara acumulou. Lembrando de sua forte obsessão pela cantora "Björk" que o fez a trabalhar em uma carta bomba muito engenhosa (uma bomba sinceramente cruel). Pelo que entendi começou a gravar suas horas finais na construção da bomba com intenção de enviar e suicidar.

     O suicídio por sua maioria não é nada a menos que um homicídio causado pela sociedade. Em miúdos somos nós os culpados por criar muitos dos suicidas. A culpa é nosso por fazer as pessoas se sentirem sempre piores atolados nessa cultura de falsa moral e padrões ilusórios boçais. 

     Respeito a decisão dele de acabar com seu sofrimento. Poderia ser pior se ele prolonga-se sua dolorosa trajetória. Ricardo Lopez não foi nenhum monstro e afirmo isso sem te-lo conhecido. Pois os monstros somos nós que criamos com medo da realidade. 



Segue aqui o Video Diário de Ricardo Lopez até seu minuto final.

"A Última Hora"


Em 2000 o documentário O Diário de Vídeo de Ricardo López, foi liberado. Dirigido e editado por Sami Saif, o filme é uma versão condensada do diário em vídeo de López 22 horas. 


Por: Wesley da Silva Emiliano

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