Vale a pena conferir esse artigo
RESUMO:
Trata-se de um estudo qualitativo, que teve como objetivo identificar os significados e os motivos que levam ao suicídio, na perspectiva de moradores
da cidade de Bragança Paulista, SP. Foram entrevistadas 30 pessoas de ambos os sexos, divididos em três sub-amostras: sujeitos com alguma atividade profissional
ligada ao fenômeno do suicídio; integrantes do senso comum e pessoas que passaram pela tentativa do suicídio. A coleta de dados foi realizada mediante
entrevista semi-estruturada, gravada e transcrita literalmente.
As diretrizes metodológicas do Discurso do Sujeito Coletivo foram utilizadas para a seleção das
idéias centrais e das expressões-chave correspondentes, a partir das quais foram extraídos os discursos dos sujeitos. Em relação aos significados de suicídio,
identificaram-se das pessoas com alguma formação profissional, as seguintes representações sociais: “Sofrimento” e “Desespero”, entre outras; dos participantes
do senso comum: “Fuga” e “Desespero”, entre outras e daqueles que passaram pela tentativa: “Sofrimento”, “Fuga” e “Desespero”, entre outras. Quanto aos
motivos do suicídio, segundo os profissionais, destacaram-se os seguintes: “Patologias” e “Cultura suicida”, entre outras; de acordo com os respondentes do senso
comum: “Aspectos Socioculturais” e “Patologias”, entre outras e pelos que passaram pela tentativa de suicídio: “Aspectos Socioculturais” e “Desespero”, entre
outras.
Ao comparar os significados e os motivos do suicídio entre os três grupos estudados, percebeu-se que eles são muito diversificados. Concluiu-se que os
significados e os motivos do suicídio abrangem aspectos multidimensionais.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
Psicologia de Um Vencido, Augusto dos Anjos
PSICOLOGIA DE UM VENCIDO
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Produndissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade
inorgânica da terra!
Por: Augusto dos Anjos
Veneta
Veneta
No meu momento
mais obscuro
erguido de grande
barreira
pérfido muro
desolado da
mentira no degredo
doente de dor,
vergonha,
como animal em
abate urro
Me livro de tudo, do
desespero
observando as
brumas velhas de antigo medo
bate frágil bravo coração
taciturno
em perene agonia
me curvo
ao abismo que me
come por inteiro
Sem voz, me calo
morto, mudo,
escorraçado
em fúria, dor, em
meu mortuário
de olhos abertos ouço
os berros que ecoam
desse confim em
mim selado
Sem voz canto
enlouquecido
no enfermo podre
exercito
um desejo de
partir acumulado
Impulsiva se faz a
morte e a domino endiabrado
na esperança de
saber a hora certa
no momento que ela
se fazer desperta
e num golpe me
levar ao outro estado
Desejo mútuo,
forte batente
corrói como
esperança dolente
a carcaça
humilhada, vazia
de um moribundo
resistente.
☠ Último Gesto ☠
Último Gesto
A última opção
que poderia tirar
num clarão
todas as maculas
adquiridas.
Um último gesto,
que simboliza
expresso
uma não
conformidade vivida.
Seria talvez a
melhor das escolhas
para findar de
todas as coisas
a própria agonia.
Cai as vezes um
vulgar pensamento
acreditar por
momento
de poder ser feliz
a vida
poder valer apena
bem mais que
pequenina existência,
bem mais que uma
passageira vinda.
Há aqueles que
julgam o suicida
e invejados
envelhecem.
Acovardados se
estremecem
sem nunca terem
questionado
ou de alguma
forma,
desafiado a vida.
Confissão
Desde quando entendi que a vida não tem sentido aumentei inconsciente a grave batalha de meu interior. Isso vem me custando mais do que tenho para oferecer. Me tornei deficiente, debilitado, na dificuldade de conviver e expressar meus sentimentos em meio a sociedade.As vezes desacreditado, tento entender se todo tormento que vivo vem de mim mesmo. Na verdade sei que isso é o que sou.
Tento disfarçar o vazio feito o reflexo de minha sombra
lutando no escuro. A vontade de encarar a morte se torna um calmante réquiem. O acalanto frio de toda dolência derrama seu tormento
moribundo sobre mim.
Já um tempo aceitei o desejo mórbido pelo suicídio e assim vou perdendo aos poucos o medo das visões que me incomodam na noite. Estou mais preparado para aceitar a morte e decidi não prolongar minha ida, adiada por muito tempo. O que me falta é achar o meio descente de partir antes do desespero. (á procura de cianeto)
Já um tempo aceitei o desejo mórbido pelo suicídio e assim vou perdendo aos poucos o medo das visões que me incomodam na noite. Estou mais preparado para aceitar a morte e decidi não prolongar minha ida, adiada por muito tempo. O que me falta é achar o meio descente de partir antes do desespero. (á procura de cianeto)
“A ideia do suicídio
é um potente meio de conforto: Com ela superamos muitas noites más.” Nietzsche
Meus Rascunhos Esquecidos II
Naquela pessoa boa e caridosa vejo apenas um egoísta
solitário.
Alguém que se esconde de seus temores nas sombras de outros
e nada a mais se diferencia de um cego num poço fundo
escurecido e sem saída.
Servido na vaidade de sua humildade se debilita sem sua
própria animalidade.
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Amizade é se esconder intimamente em um sofrimento
semelhante.
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Em alguns momentos, lembro de um amigo de minha adolescência
citando suas ideias embriagado:
“A vida é triste, alegrias são só momentos.”
É uma frase que me abre um portal para um mundo de questões e
pensamentos.
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Por mais que eu seja péssimo em matemática acredito
compreender sentindo na pele
a “teoria da relatividade”. Meus pensamentos voam
como a luz.
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A dor que queima a cabeça por dentro, desnorteia e faz o
peito estremecer.
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A ideação Suicida é remédio paras as noites o suicídio é
solução definitiva para a dor.
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Por: Wesley da Silva Emiliano
Aliviado de Verdade
Aliviado
de Verdade
Se por ventura uma brisa me bater
e ver-me livre de toda amargura
abdicarei em contento
do frio vazio que me sento
pelo frio vazio da sepultura.
Sinto uma tristeza
ao saber que no último suspiro
poderei não estar com um sorriso no rosto.
Apenas em minha morte
saberão se realmente despojei de tal gozo.
Talvez seja essa minha felicidade
não morrer feliz mas...
encarar meu fim aliviado de verdade.
Voando Para Longe
Voando
Para Longe
Voa alegre e triste,
voa
sem despeito, medo ou
sensatez
voa medonho e triste,
voa
abandonando,
abandonado por vez
voa e docemente
atordoa
a dor que grita,
entoa
voa turvo, fatigado
que da vida
desgastado
se respira o ar caçoa
voa turvo
voa sem asas
voa sangrento sobre
as casas
leve teu cadáver pra
bem além que se fora
voa
escancarado deixe que
se faça desgastado
caia sem esmero
livre e longe de tudo
que mais quero
e que mais magoa
voa
Por: Wesley da Silva Emiliano
Noturnas Companhias
Noturnas Companhias
Insatisfeitas, não
vão me deixar dormir
Sombras que insistem
incomodar
Assolam essa
amarga solidão
Velam-me no confim
deste quarto
Tiram oxigênio de
meu ar
Todas aquelas
imagens desfiguradas
rodeiam
moribundas, solitárias
Agora, mais
próximas parecem estar
As vezes com medo
fecho os olhos e
não me entrego
Deixo de lado meu
ego
me estimulo a não
pensar
Minha cabeça
lateja doendo
de forte pressão
nela sofrendo
me agonizo, sem pestanejar
Perdulário de
nefasto desespero
carrego suas
marcas em segredo
as vezes
implorando para apenas acabar
Atordoa uma
insônia infindável
Me observam no
leito da cama
como se algo
deseja-se perscrutar
Lhes encaro, tenho
desprezo
fracasso por mais
que tento
dessa injuria ardente
me livrar
Não mais assusta,
porem enlouquece
Companhias antigas
que de mim não esquecem
talvez odeiam com
medo de amar
Sempre retornam
furiosas e sedentas
nem um mísero
momento se contentam
até me verem por
completo acabar
Por: Wesley da
Silva Emiliano
*Isso me lembra de quando comecei a ver figuras nas sombras
durante a noite.
Devia ter doze anos. Morávamos eu, minha mãe, irmão e irmã
mais novos em uma casinha velha, bem rústica estilo colonial, três cômodos com
o banheiro. O quintal era imenso e haviam limoeiros, algumas plantações de
minha mãe, bananeiras lá ao fundo.
Um dia minha mãe saiu a uma festa de aniversário avisando
que voltaria tarde, eu preferi ficar na rua brincando com amigos (era aquela
época em que se via a criançada brincando na rua, jogando bola, queimada, corta
três, polícia e ladrão, e tudo mais). Quando todas as crianças foram para suas
casas, tomar banho, jantar e dormir, decidi ir para casa. Já era um pouco tarde
e não tinha luz clareando em torno da casa. Tinha que passar por trás da casa
para pegar a chave debaixo de um tapete e para entrar pela cozinha nos fundos da
casa. Peguei a chave e do meu lado tinha um tanque antigo de lavar roupas de
onde saíram dois vultos pretos girando como tornado um sobre o outro como se
brigassem, do tamanho de um cachorro e mais rápido que um gato. Eles correram
lá para o fundo nas bananeiras fazendo um som que doía no estomago. Fiquei em
choque alguns segundos e depois corri para rua em busca de socorro.
Algumas pessoas me acudiram, me levaram em casa, a mãe até
já estava lá e dormindo. Tudo pareceu acabar bem tirando a dificuldade que eu
devia ter encontrado para dormir.
A segunda visão em meio a noite foi de um rosto de um metro
de altura, feio, deformado e com um sorriso charmoso e ameaçador. Sensação de
pânico total e no final fui obrigado a encarar aquilo e dormir exatamente na
cama onde eu havia enxergado tal figura. Mais tarde vim a sonhar com essa
figura em estatura de adulto e o sonho se repetiu igualmente em todos os
detalhes umas três vezes ou mais ao longo dos anos que se passaram. Das últimas
vezes me lembro conseguir lutar contra essa figura, apenas a primeira foi mais
desgastante.
Consta nessa história real um fato que vivi e me lembro
perfeitamente. Observando por um ponto de vista psicológico levando em
consequência a separação de meus pais, eu como o mais velho dos filhos me
lembro mais dos eventos que aconteciam poderia provavelmente ter passado por um
leve transtorno que ocasionou nessas visões como consequência. Na verdade
enquanto escrevo me lembro de alguns momentos que presenciei que poderiam não
ter sido bom para uma criança.
Não que esteja afirmando estas visões serem ilusões. Tudo
que posso é ter suposições. Quem sabe não estivesse presenciando alguma
materialização do meu subconsciente ou de qualquer outra consciência? Poderia
ser até mesmo uma manifestação de uma inteligência inumana, quem sabe?
Incertezas
Incertezas
Nunca tive certeza
de nada!
De nada aprendido
e de nada ensinado
de meus medos e
dos meus desejos
do presente, do
futuro, passado
Da existência ou
do desconhecido
de mim, dos outros
ou dos vultos
perdidos
Nunca tive certeza
do real, do irreal
do contento e
descontento
das alegrias, das
tristezas
do certo e do
errado
Da vida, da morte
da vontade, do
desespero
do limite e da
incapacidade
da coragem ou do
medo
Sem certezas de
todas as coisas que vivi
e todas as coisas
que sonhei.
Das verdades, das
mentiras.
De tudo que
destruí e de tudo que criei.
Nunca estive
presente em absoluto domínio do conhecimento
e talvez seja esse
meu limite de sabedoria e ignorância.
Do pouco que
afirmo, afirmo em desconfiança
de todas as coisas
que me seriam cabível entender.
Bem pouco sei de
mim mesmo,
sem a certeza do
que significa meu ser,
de quem eu sou, ou
de que me faz o ser.
Acredito que é
essa minha máxima verdade
e temo me engodar
sem perceber.
Com um bravo
lampejar
abre minha mente
um turbilhão de trovoadas.
tão nítidas e
insensatas que me levam
ao furor de seus
furores
Tenho como certeza
a certeza de não saber de nada.
Por: Wesley da
Silva Emiliano
“Só sei que nada
sei” Sócrates
Indiferenças
Indiferenças
Vivemos em um tempo que é comum termos nossas indiferenças.
Valorizar essas indiferenças significa aumentar nossa deficiência sócio
cultural.
Todas as formas de preconceitos devem ser trabalhadas para
serem superadas em fim de atuarmos uma filosofia política mais consciente da
realidade humana.
Vamos ousar ir além de nosso comodismo mesquinho que nos
impede de atuar para concretizarmos o sonho de uma sociedade educada. Para que
possamos coexistir de forma menos dolente vamos aceitar nossa animalidade e nos
equilibrar.
O ponto de partida para um futuro descente está contido nas
pequenas decisões que tomamos hoje.
Caminhando na Calçada
Caminhando na Calçada
(Desafogo)
Caminhei sobre
o meio fio de braços abertos e despreocupado. Voando tão longe quando podia meu
pensamento, com asas de cera direto ao sol. Tropecei, caí e me feri, sem
perceber que trilhava o caminho errado.
Por um instante sorri sem motivo. Corri os olhos a cada
canto e ali permaneci sem entender onde desejava chegar. Eram tantas esquinas e
várias curvas.
Comecei a
caminhar estremecido com um desentendimento esquecido, um vazio incompreendido.
Correndo os dedos sobre as grades das casas, sem pisar nas linhas, trincas ou
buracos do chão, como se fosse errado. Perambulando sozinho, inquieto e sem
rumo.
Observando as sombras se moverem pela calçada junto aos
sons cotidianos que ecoavam numa estranha ressonância em minha cabeça e me
atraiam sem um porquê.
Vagava
buscando o sentido que levamos toda vida para tentando entender. Caminhando pela
cidade sem percepção comum, apenas observando. Vi as massas se moverem ao seu
deprecio. Em um banco de praça fui sentando, e ali por um tempo me instalei em
silencio.
Sem julgar, sem sede de verdade ou de qualquer razão, cheguei
a sentir que todas aquelas pessoas são tão vazias e solitárias quanto de fato
pareciam ser.
Uma pilha de
pensamentos me afogavam e sem rir da desgraça que também me pertencia me
recolhi a meu mísero de átomo de existência passageira. Sem animo, caia minha vontade
de coexistir, minha vida seguia, sem esperança e nem desejo de viver.
Por: Wesley da Silva Emiliano
Por: Wesley da Silva Emiliano
O Abismo, o Homem e a Morte
O Abismo, o Homem e a
Morte
Existiu uma vez,
um abismo profundo
em um homem
que refletia toda
sua agonia.
Abismo tão
profundo que um dia
o atraiu a
imensidão de suas sombras.
O homem caiu sem
forças
e nele pairou como
meteoro decadente.
Isolado, perdido,
doente
criou lá um mundo
e viveu sozinho.
Ele não morreu de
velhice
conheceu a morte
cedo.
Dizia ser sua
única amiga,
com ela vivia em
segredo.
Mas a cruel
senhoria
dele sugava todo
dia
de pouco a pouco
sua vida.
Dentro de seu
abismo
morreu o homem em
degredo.
Por: Wesley da
Silva Emiliano
“Cuidado ao
enfrentar monstros
Se olhar muito
tempo para o abismo
ele também olha de
volta para você”
Velha História
Velha História
A ciência não
explica tudo.
Muito menos a
religião.
Menos ainda seu
deus.
Pois você só
enxerga aquilo que deseja ver.
Não acredite em
nada que leia
ou nas coisas que
houve por ai.
Aprenda suas
verdades e as verdades do mundo
depois jogue fora
tudo.
Confie
desconfiando.
A ilusão e a
realidade usam as mesmas máscaras.
_ Como os homens
gostam de máscaras! _
São difíceis de
compreender até mesmo de definir,
se é que elas
existem.
A história se
repete todos os dias.
O mundo engole os
homens um a um.
Sugando,
sufocando, reprimindo.
Assassinando a
longo prazo,
sedando e
escravizando pessoas
que vão perdendo
sua vontade própria,
sua vida, sua
identidade.
Por: Wesley Da Silva Emiliano
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