sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Рина Паленкова

Rina Palenkova
18/12/1998 a 23/11/2015


      A jovem russa Rina Palenkova, estudante do A Far Eastern Technical College, era uma pessoa alegre e faladora segundo amigos. Após tirar algumas fotos, deitou sobre um trilho de trem com seu fone de ouvido, na simplicidade de um "Goodbye" postada em sua rede social ela se despediu .

     Qual será o tamanho da amargura que havia em seu peito? Pelos comentários que li ela parecia ter problemas com namoro, mas a verdade é que ninguém vai saber o porquê de sua decisão.
Ela tremeu junto aos trilhos quando o trem se aproximava ou seu silencio era tão grande que nem a fazia perceber os detalhes da realidade? Ela sentiu medo ou estava anestesiada por ele?

     Todos nós podemos ficar fatigados de tentar mais uma vez, de ter medo e simplesmente perder o brilho da vida antes que ela chegue a se acabar de fato.

      Os olhos dela brilham nessa foto e mal se pode entender qual expressão aquele rosto escondia sob o lenço. Para dizer que respeito sua dor pequena Rina Palenkova, eu terei que aprender a respeitar todas as pessoas ainda vivas e seus antepassados assim como desejo ser respeitado.

Por: Wesley da Silva Emiliano



Entrevista com a Mãe de Rina:

sábado, 17 de setembro de 2016

Tecelão


Tecelão

Quantas vezes costuramos desejos
e remendamos nossa vontade?

Mais me valia um peito rasgado
que um coração de trapos remendados.

Tantas foram as vezes que tratamos
nosso sentimento feito roupa velha.

Com o tempo fui me desmanchando fio a fio
sem saber como reconstruir.

Na memória, lembranças de tudo que teci
perdido aos fios que me trancei.

Um tecelão tão cansado de roupas,
que mal aguenta sua própria, seu fardo.

Sonho em um dia viver nu e livre dessas vestias tão sujas 
e maltrapilhas quanto a falsa ilusão da vida.

Por: Wesley da Silva Emiliano

Pensamento Livre

Pensamento Livre

Não sou escravo de filosofias, ideologias.
Não sou escravo de um pensamento.
Vivo, acerto, erro, eu sou sentimento.
Sou egoísta mas não me apego a nada.
Tudo é meu e nada me pertence.
Sempre defenderei meu pensamento enquanto souber que posso muda-lo.
Tudo muda, tudo se move constantemente.
Pensamento não tem forma.
Parte de tudo que sou e de tudo que poderei ser.
É nosso mas não o domamos nem somos seu dono.
Meu pensamento se transforma a medida que existo.
Pensamento que não é livre te torna escravo.

Por: Wesley da Silva Emiliano




Cruel Descontento


Cruel Descontento

Desejei um dia viver amores, mesmo com todas as desilusões vividas.

Como se não bastasse a vida e todo seu cruel descontento.

Eu arranco em tormento todos os desgostos acima.

Me atiro a densa brisa. Finjo ser todo contento.

Sorrindo a ti por momento e mais falso que meu personagem da mentira.

Me viro maltratando em ira tudo que me satisfaz por dentro.


Por: Wesley da Silva Emiliano

quarta-feira, 13 de julho de 2016

O Palácio da Ventura


Sonho que sou um cavaleiro andante. 
Por desertos, por sóis, por noite escura, 
Paladino do amor, busco anelante 
O palácio encantado da Ventura! 

Mas já desmaio, exausto e vacilante, 
Quebrada a espada já, rota a armadura... 
E eis que súbito o avisto, fulgurante 
Na sua pompa e aérea formosura! 

Com grandes golpes bato à porta e brado: 
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado... 
Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais! 

Abrem-se as portas d'ouro com fragor... 
Mas dentro encontro só, cheio de dor, 
Silêncio e escuridão - e nada mais! 

Antero de Quental, in "Sonetos" 

domingo, 27 de março de 2016

Meu Mortuário

Meu Mortuário

Não longe de todas as verdades e de todas as mentiras
paira o véu solto que mal esconde meu descontento.
Aqui presente em tamanha demasia, escombros e momentos.
Sabendo lá no fundo de toda a dor que te aguarda mais uma vez.
Um vazio agudo no estômago estremece a sensatez.
Magoado na miséria com um único sentimento
que se manifesta feito delírio de embriagues.
Miserável pranto, o pouco que moldei sonhando
perdendo no amargor o próprio amor.
Aqui desolado nesse vasto cemitério
retorno ao meu túmulo de dor.

Quando olho minha imagem não vejo meu rosto
apenas a criatura falha moldada em transtorno.
Incompreensão e confusão distinta dessas mortalhas
inundadas na porcaria desse pensamento.
Descontento, indignante descontento.
Repulsa, Ódio mortal.
Fruto da desgraça da vida.
Morro, estraçalhado na desgraça desse mau.

Por: Wesley da Silva Emiliano